Odeio-o! É mau, traiçoeiro... Vem sem esperar e leva a esperança... A esperança de uma vida cheia de coisas boas e momentos fantásticos... É mau com requintes de malvadez.... Odeio-o... Gostava de o arrancar com as minhas próprias mãos e queimá-lo, destruí-lo como ele destrói famílias, amores, vidas cheias, mas ainda por preencher...Odeio a forma como não deixa descansar quem batalhou uma vida para chegar à velhice, descansar e gozar o pouco a que tem direito... Se eu mandasse ele não existia e eu... Eu podia ter que pedir nos semáforos da Praça de Espanha ou do Marquês... Não interessava, porque ele não existia e o anseio de que ele pudesse aparecer já não tirava minutos, tão preciosos nesta curta passagem...
Por todos que ele levou e por aqueles que ainda levará o meu desejo é o de que a vida me dê forças e lucidez para escolher sempre a melhor palavra e o melhor gesto em cada momento, enquanto não for eu a escolhida...